terça-feira, 27 de julho de 2010

Isto e Aquilo II

Muito me admira quem escreve bem. Uma boa redação exprime capacidade de comunicação. Em todos os setores da vida humana, é notável a habilidade de influenciar, reunir gente competente e capacitada às missões de nosso cotidiano. “Seu” Ramon tem certa desenvoltura. Possível que passasse na prova da Especialista. Talvez tivesse alguma dificuldade em função de fugir da realidade. Coerência faz parte da prova.
Foi possível ler, há algum tempo, que a propalada (e virtualmente inexistente) crise aérea consistia no resultado da idiossincrasia, da maneira de ver e reagir própria de cada pessoa. Reconhecer tal fato é um grande avanço, sem dúvida. Mas irrelevante.
O tempo, chave para o futuro, ratifica ou nega afirmações. E vem ratificando diariamente o conhecimento de todos, ainda em suas competências e capacidades, na solução de problemas. Inclusive problemas próprios de cada um. Problemas idiossincráticos.
Há de se concordar também, no afirmado pelo “futurista” Ramon, que na Força todos sabem o que fazer, e em que momento fazer. Nossas atribuições são claras, e o objetivo do Estado Brasileiro não requer grandes interpretações. É gratificante observar que realmente estamos aos poucos esclarecendo a realidade.
Mas a realidade contém elementos de idiossincrasia. A realidade vivenciada por cada círculo em que se divide nossa comunidade não é idêntica a não ser a cada manhã, quando gente que busca apoiar o valor comum se reúne às voltas de bandeiras e procura desenvolver um ambiente de crescimento coletivo.
Muito se escreve, nos meios de comunicação oficial e oficializados, em menção à realidade e feitos de gente relevante para a aviação. O exemplo de cada um muito diz a respeito da formação de nossa sociedade, da contribuição de cada um para o chamamos de Sistema.
E se há comprometimento com o futuro, bem como há responsabilidades firmadas com a aviação internacional, crê-se também que ações devam ser tomadas de imediato. Se a intenção é que haja resultados em cinco ou dez anos, convida-se que se aprecie a necessidade de fazê-lo em tempo ainda menor.
Isso porque constitui responsabilidade para cada integrante do SISCEAB, do Comando da Aeronáutica e quaisquer outros setores envolvidos do Estado a condução segura e regular em nosso espaço aéreo soberano.
Para a consecução desse objetivo faz-se necessário dispor de cada profissional, sem distinção de especialidade. Compondo partes de um complexo, mas compreensível sistema que apóia a condução segura de vidas humanas. A certeza de que a condução segura pretere mesmo a regularidade é representada na página 26 da edição nº29 de Aeroespaço. Decisão operacional que em tempos anteriores seria classificada negativamente por “operação padrão” foi reconhecida como profissionalismo.

Estranho. Com tantas realizações, tanto trabalho e planejamento, tanto motivo de orgulho por trabalho (finalmente) e empenho para que aumentem às pressas os graus de eficiência, o que vejo ainda apresenta-se eventualmente diferente do que leio. E vice-versa.
Percebo muitas vezes o efetivo desmotivado, e muita gente fazendo uso pouco criterioso dos investimentos do Estado, inclusive pessoal. Gente que age diferente do que fui ensinado. Gente que posso combater com a facilidade de recolher um fio de cabelo, com diria Sun Tzu.
Há coisas que não saem nas revistas oficiais. Há gente que se esforça todos os dias no cumprimento de suas obrigações. Esses não são sequer conhecidos, quem dirá reconhecidos. Para esses, não há necessidade de estrelismo, de aumentar o ibope por seus feitos. De soldados a oficiais generais, muitos homens têm perdido discreta e silenciosamente sua satisfação em trabalhar. Ouso crer que falta algo.
Organização Social e Política Brasileira. Matéria simples, ministrada durante algum tempo nas escolas públicas de Brasília. Contemporâneos do final da década de 80 foram permeados de objetivos nacionais por matéria colegial.
Por isso alguns – ao menos os que se lembram – destacam-se em nossos meios. Muitos recebem a alcunha de alterados, ou revolucionários.
São, idiossincrasias à parte, inconformados.
Essência do Brasil que reage. Um Brasil que luta com unhas e dentes para fazer valer a fé depositada em nossas fileiras.

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