Poder é a capacidade eventual de realizar algo. Num país capitalista, isso se traduz em dinheiro.
Às vezes, é importante economizar o poder. Às vezes, é importante economizar o poder.
Empresto meu poder a quem quero, por força da natureza pessoal.
Num domingo, primeiro de agosto de 1993 decidi emprestar meu poder. Havendo sido “escalado” para cumprir a obrigação militar, decidi que já lá dentro faria a diferença. Fui recebido por um sargento infantaria, filho de um brigadeiro. Ele foi sucinto, mesmo hilário, quanto à nossa situação:
- Senhores! Os senhores candidatos estão de quarentena. Não poderão deixar o recinto sem autorização.
Tive a impressão de estar preso sem nada ter feito.
Cerca de um mês de quarentena – e três dias de acampamento no cerrado agreste, o mesmo cenário de hoje, lá fora.
A diferença é a situação.
Minha vocação sempre foi dividida. Considero-me um dos afortunados que gosta de saber de tudo um pouco. No final sempre tem um ou dois itens que a pessoa é capaz de fazer de muito próprio.
Sei fazer de tudo um pouco, como disse. A questão é que essa capacidade pouco representa se você não consegue atingir os objetivos de seu conhecimento. Tão complicado quanto ser um analfabeto funcional, é se ver incapaz de utilizar as ferramentas que lhe caem à mão.
Tem gente que tem ferramentas em excesso. Isso significa que nunca irá saber como cada uma funciona profundamente. Outras têm muito poucas ferramentas, o que se traduz por limitação de engenhos. A adequação entre uma e outra situação faz o indivíduo.
Então, mecânica de veículos diversos, aquarismo e MotoCross fazem parte de um arquivo bagunçado e pequeno no processamento da agenda pessoal. Na pasta de diversão, é um arquivo que “depende” da pasta “finanças”.
É onde entram os outros conhecimentos diversos. Um pouquinho de legislação aqui, um pouquinho de música acolá e qualquer um consegue produzir o engenho que desejar. A música dá o ritmo e a idéia do que fazer, conforme a capacidade de adequação de cada pessoa. É algo como exercitar a “música interna” com a inspiração de músicas que podem associar-se naturalmente ou não ao assunto. O fato é que é perfeitamente possível estudar, ou fazer qualquer atividade que necessite alguma criatividade com o auxílio da música.
Ninguém decide fazer isso à toa, nem eu o fiz. Na verdade, faz parte de uma carência que observo há vários anos: a necessidade de gerar motivação, mesmo quando o ambiente não o permite. Nas condições de vida profissional que sou testemunha, isso é quase imprescindível.
As pessoas têm mania de confundir o acesso ao consumo com a qualidade de vida. Muita gente acredita que para ser feliz você precisa ter o que quer. A experiência mostra outra realidade: para ser feliz você precisa ter o que você precisa.
Ao deslocar-se para o trabalho, quando o ambiente não é animador, exige que o indivíduo “apele” para recursos motivacionais diversos. Tem gente que descansa um dia inteiro antes da jornada de trabalho, outros fazem uma boa prece na saída de casa. Cada um descobre o modo adequado de iniciar um bom dia ao longo da vida, e muitos variam de método.
Particularmente, prefiro a música. A música é uma forma muito avançada – e antiga – de comunicação. Hoje é possível transmitir uma mensagem completa em videoclipes, filmes e outros meios expositivos de situações e idéias. Mas se você pretende que a idéia te atinja enquanto vai ao trabalho, é importante ouvir música.
Nesse particular, é importante uma observação: a música pode significar imagens diferentes de pessoa para pessoa. Uma pessoa que não conheça inglês com intimidade poderá gostar da sonoridade de uma música estrangeira e detestar a letra. Em qualquer caso, é tão importante ter sensibilidade à mensagem verbal quanto ao ritmo. Isso diferencia quem entendeu o compositor ou não.
Pode parecer extravagante o exemplo, mas Jack Nicholson em “As Better As It Gets”, programou fitas para uma viagem de automóvel. Parece estranho, mas faz sentido: você dirige conforme a música. Como na música interna de cada um, a “tocada” para a vida depende do que você ouve.
Decerto é ótimo que haja variações de estilos musicais, cantores e temas. A questão é que quando alguém não gosta de ouvir música sertaneja, é porque não se identifica com a música. E isso é um problema ou não, depende do ponto de vista.
Meu ponto de vista é que não gosto de música de corno, ou dor de cotovelo. A vida é de múltiplas freqüências, não faz sentido conhecer apenas os sabores da roça, é importante entender a comunicação do homem da cidade. A grande pegada é que o homem da cidade também tem dor de corno. A diferença é que a fase passa. Antes de montar uma dupla roqueira.
Música pode fortalecer, enfraquecer ou dar um rumo totalmente distinto do que você imagina. Todo dia de manhã ligo o carro e um bom CD. Isso facilita vencer as distâncias para o trabalho e adicionalmente preenche o lugar das más idéias.
Música é poder. É a capacidade de energizar quando o ambiente não permite. Por isso os locais mais severos não admitem música: ela afeta o transcurso natural da concentração. Ela evita que pessoas saiam da gaiola mental que é o ambiente administrativo. Escolho as músicas conforme a missão – e não acho nada de anormal nisso, conforme o filme com o Jack Nicholson.
Primeiro de Agosto. 18 anos de serviço. Segunda-Feira desço para o trabalho ouvindo Rage Against the Machine
FREEDOM
Solo, I'm a soloist
on a solo list
All live, never on a floppy disk
Inka, inka, bottle of ink
Paintings of rebellion
Drawn up by the thoughts I think
Yeah!
Come on!
The militant poet in once again, check it
It's set up like a deck of cards
They're sending us to early graves
For all the diamonds
They'll use a pair of clubs to beat the spades
With poetry I paint the pictures that hit
More like the murals that fit
Don't turn away
Get in front of it
Brotha, did ya forget ya name?
Did ya lose it on the wall
Playin' tic-tac-toe?
Yo, check the diagonal
Three brothers gone
Come on
Doesn't that make it three in a row?
"Anger is a gift"
Come on!
Brotha, did ya forget ya name?
Did ya lose it on the wall
Playin' tic-tac-toe?
Yo, check the diagonal
Three million gone
Come on
'Cause they're counting backwards to zero
Environment
The environment exceeding on the level
Of our unconciousness
For example
What does the billboard say
Come and play, come and play
Forget about the movement
"Anger is a gift"
Yeeeaaahhhh!
domingo, 1 de agosto de 2010
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