Vim, Vi e Venci. Devo ter economizado cerca de vinte e duas mil páginas de processos diversos que envolveriam gestões futuras, conforme as “bombas jurídicas” que alguns funcionários deixam. Por ordem do Comandante da Aeronáutica, pus no papel o que poderia ser feito para amenizar os problemas da aviação. Pus no Judiciário.
Vou resumir: o gestor antigo deixou uma “canetada” ilegal, e contratou uma série de ex-funcionários. As gestões posteriores seriam afetadas, e acreditava-se inimputável qualquer responsabilidade resultante. Na cidade onde nasci não é exatamente assim que acontece. Acontece que mesmo detectada a situação e os autores, dificilmente há punição. Isso não é ruim, sendo franco: sou a favor de qualquer manifestação inteligente que permita a contratação entre particulares com o Estado, de acordo com as necessidades da administração.
O problema é que o pessoal do Executivo, quando tenta legislar, é uma turma de primatas operando um xavante. Não há como garantir onde se vá parar.
E foi numa dessas que saí do anonimato. Enquanto um monte de gente estudava para migrar para outros pólos de poder, eu decidi reforçar o poder de minha própria Força. Não é coisa “besta”, nem ativismo irrefletido. É vontade de transformar a Força em algo muito mais eficiente.
Por exemplo: um monte de colegas, decepcionados com a lida diária e incapacidade de uma boa “performance” de vida, optam por estudar para outros concursos. Migram para outras esferas do governo e renegam suas próprias bases, seu conhecimento militar. Bobagem.
Meu interesse por estudar matérias civis é exatamente o oposto da maior parte dos brasileiros. Minha intenção é estar informado.
Porque no dia que algum civil tentar entrar no prédio onde presta um serviço de segurança nacional sem autorização para praticar crime de colarinho branco, vai ficar na porta. No dia em que estiver de Comandante da Guarda, a área poderá contar com uma avaliação militar “apurada”.
Sempre permiti que as pessoas transitassem livremente para cima e para baixo em minha Unidade justamente porque era um local desinteressante a assaltantes, e coisas congêneres. Só tinha gente pobre. Isso é uma virtude, dado a necessidade de traquilidade.
Então, meus comandantes faziam saber na guarda que era importante a função de guarda, essa encheção de saco sem tamanho todo mês. É o dia que você põe ordem na casa, se quiser.
Ou então observa calmamente o decorrer do dia. Quem vai para que obra, e está andando aonde, outras rotinas que variam de lugar para lugar. Essa é a vida.
Me ensinavam durante os serviços que era importante certificar-se na real identidade de todos os que acessavam a Unidade. Diziam inclusive que nossos piores oponentes eram os que nos conheciam no íntimo, como as pessoas que se declaram ex-militares. Isso causava certo desconforto subjetivo, dentre os soldados mais antigos.
Mas ninguém tinha dito nada a respeito de pessoas que trabalhassem irregularmente numa área de segurança nacional. Contratação ilegal. Não há referências de coisas nesse tipo, então todo procedimento que se toma tem que ser bem pensado. Ninguém quer prejudicar gente por causa de uma “bobagem burocrática”.
Economizando críticas do Arnaldo Jabor, vou fazer o trabalho pelo qual ele recebe cerca de seis mil reais (é o que estimo), e afirmo que é uma “bobagem burocrática” exigir que funcionários permanentes sejam readmitidos de modo diferente dos concursos públicos. Afinal, por que uma constituição de um país tão liberal quanto o Brasil exigiria um certificado vago, impreciso e de pouca expressão prática que é o concurso público?
Não se pode exigir de um atendente administrativo o conhecimento de um cirurgião cardiovascular público! A única diferença no raciocínio símio do brasileiro é que numa situação de isonomia de títulos, ao invés de estender a dificuldade de concursos, haveria eleições para cirurgiões. Um desastre.
Então, entendendo a máxima das exegeses dos juízes - um conhecimento que é possível graças à internet - desenferrujei meu conhecimento legal. Lembrei das necessidades do serviço. Havia recebido “sugestões”. Sugestão do alto-comando pode tomar vias de ordem.
Uma das ordens era relativa a dinheiro. Eliminando uma série de funcionários excedentes, será mais ágil balancear os gastos futuros. O direito subjetivo das contratações ainda não foi devidamente avaliado pelos setores de planejamento.
Logo, pau nas “crianças”. Tem menino velho brincando no parquinho com limite de idade, só isso. Gente que passou da idade das atividades públicas e voltou com uma “canetada” mal feita, coisa de amador. Nego-me a crer que não tenha sido criminoso. Pesquisei, verifiquei e não cheguei a conclusões precisas. Na verdade, quanto mais pesquiso, mais encontro sujeira. Tá um saco.
Na quantidade de informações relativas, é bom passar tudo pra frente. Não sou juiz para dizer se alguém pode usar terno e gravata e dizer “ordinário, marche!”.
Mas sou militar o suficiente para tirar as dúvidas com a justiça. Penso que quadros permanentes não devem ser substituídos “ad eternum” por malandros de gravata. Salvo engano isso é proibido na esfera federal. Na dúvida, remeta-se os autos.
Duas frases que estão fixas em minha mente são: “Ninguém entrou na Força para ficar rico.”, e “Estamos com problemas jurídicos e de efetivo.” Uma foi do Comandante da Aeronáutica, outra do meu próprio comandante. Cumprindo ordens, fiz minha pesquisa. E pus no papel, conforme solicitado pelo japonês. O japonês deu sorte: a ação o favorece contra os dissabores das gestões passadas... o cara que tentou derrubar o Japonês vai se arrepender dos “atos solertes” praticados contra a administração pública. Ou não.
O juiz decide.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
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